domingo, 12 de agosto de 2012

Leituras: A Ilíada.

Texto baseado no livro de Thomas Bulfinch

Atena era deusa da sabedoria, e certa vez quis disputar em um concurso de beleza com Hera e Afrodite.  Zeus não querendo decidir um assunto tão delicado, pediu que as deusas fosse ao Monte Ida, onde o belo pastor Páris apascentava seus rebanhos. Zeus, deu a ele o poder da decisão. As deusas, ofereceram a Páris diversas coisas: Hera prometeu-lhe riqueza, Atena glória e fama na guerra e Afrodite, prometeu ao Páris a mais bela mulher para esposa. Afrodite foi a escolhida.
Páris viajou até a Grécia e foi até os domínios de Menelau onde descobriu que a mulher mais linda do mundo, era sua esposa Helena, aquela que Afrodite havia prometido. Com a ajuda da deusa, Páris conseguiu  convencê-la a fugir com ele. Levou Helena para Tróia.
O Juizo de Páris - Enriq Simonet (1904)
Na Pintura: Atena, Afrodite, Hera e Páris
Menelau apelou para seus irmãos chefes da Grécia, para ajudá-lo. De um modo geral, todos atenderam ao apelo, mas Ulisses, que se casara com Penélope e se sentia muito feliz com a esposa e o filho, não se mostrou disposto a participar de aventura tão incerta. Recuou e Palamedes foi mandado para lembrar-lhe seus compromissos. Quando Palamedes chegou a Ítaca , Ulisses fingiu-se de doido, semeando sal com seu arado. Para experimentá-lo, Palamedes colocou seu filhinho, Telêmaco, em frente do arado, o que levou o pai a desviar-se, para não o matar, mostrando assim. claramente, que não estava louco e que, portanto, não podia se negar a cumprir a promessa feita.
Ulisses tratou de prestar ajuda para convencer outros chefes relutantes, especialmente Aquiles. Este herói era filho de Tétis, uma das mortais, uma ninfa do mar, e sabia que seu filho estava destinado a morrer diante de Tróia se participasse da expedição, pelo que tratou de evitar que ele fosse. Mandou-o, então para a corte do rei Licomedes e convenceu-o a esconder-se entre as filhas do rei, disfarçado de mulher. Sabendo que ele ali se encontrava, Ulisses, disfarçado de mercador, foi ao palácio, oferecendo á venda ornamentos  femininos, entre os quais, colocou algumas armas. Enquanto as filhas do rei se deleitavam com outros artigos apresentados pelo mercador, Aquiles manejava as armas. Ulisses não teve grande dificuldade em persuadi-lo a desrespeitar os prudentes conselhos maternos e juntar-se a seus Patrícios na guerra.
O amor de Helena e Páris -
Jacques-Louis David, 1788
O rei de Tróia era Príamo, e Páris, o pastor que seduzira Helena, seu filho.
Pela parte grega, Agamênon, rei de Micenas e irmão do injuriado Menelau, foi escolhido para comandante-chefe. Aquiles era o mais ilustre guerreiro. Depois dele vinham: Ajax, de estatura gigantesca e grande coragem, mas pouco inteligente; Diomedes, superado apenas por Aquiles em suas qualidades de herói; Ulisses, famoso por sua sagacidade; e Nestor, o mais velho dos chefes gregos e procurado por todos como conselheiro.
Tróia, porém não era um inimigo desprezível. Príamo, o rei, estava velho, mas fora um príncipe esclarecido e fortalecera seu estado, graças a um bom governo e a numerosas alianças com os vizinhos.
Os gregos foram para Tróia. A guerra prosseguiu, sem resultado decisivo, durante nove anos. Ocorreu, então, um acontecimento que pareceu fatal à causa dos gregos e que foi a disputa entre Aquiles e Agamênon.  Ao saquear os aliados dos troianos, Agamenon tomou para si, como escrava, Criseida, filha de Crises, sacerdote de Apolo. Crises se dirige ao rei grego e pede a filha de volta.  Entretanto, Agamenon se recusa a devolver Criseida. O sacerdote, então, invoca Apolo e pede-lhe vingança. Apolo atende prontamente e durante nove dias os gregos padecem de uma peste virulenta. Aquiles descobre através de Hera o que acontecia. Agamenon concorda em restituir Criselda, desde que receba alguma compensação.  Ele revela que quer Briselda, a cativa que coube a Aquiles, e que vai tomá-la dele, nem que seja à força. Aquiles deixa a guerra por conta disso e segue para seu barco. Depois, homens vão atrás de Aquiles para buscar Briselda. Ele, injuriado, entrega a moça aos enviados. Sozinho, à beira mar, borbulhando de raiva, Aquiles invoca Tétis, sua mãe. Ela se dispõe a atende-lo, fala com Zeus, pedindo que os gregos se arrependerem da injustiça praticada contra seu filho, concedendo o sucesso às armas troianas. Zeus atendeu o pedido e, na batalha que se seguiu, os troianos saíram vitoriosos e os gregos, expulsos do acampamento, tiveram de refugiar-se nos navios. Agamênon convocou, então, um conselho dos chefes mais sábios e mais valentes. Nestor sugeriu que convencessem Aquiles, para voltar ao acampamento e que Agamênon restituísse a donzela causadora da disputa, com grandes presentes, para corrigir o erro cometido. Agamênon concordou, e Ulisses, Ajax e Fênix foram encarregados de transmitir a Aquiles a mensagem de arrependimento. Aquiles se recusou.
No dia seguinte àquele em que fora enviada a Aquiles a malsucedida embaixada travou-se uma batalha, e os troianos, favorecidos por Hera, conseguiram abrir passagem e chegar perto dos gregos. Poseidon, vendo os gregos em situação tão crítica, foi em seu socorro. Ajax, encontrou-se com Heitor (troiano, filho do rei Príamo), e o desafiou.
Enquanto Poseidon ajudava, Zeus nada via do que se passava, pois sua atenção fora desviada do campo de batalha, pelas artimanhas de Hera. Zeus percebeu e conteu Hera. Reanimou Heitor que estava ferido. Apolo o ajudou.
Pátroclo, companheiro de Aquiles, que o acompanhou, soube da desgraça dos companheiros, e contou a Aquiles. Este não quis retornar a batalha mas cedeu seus soldados para que Pátroclo fosse.
Aquiles e Patroclo -
SanGulina on DevianT Art
Até então, Pátroclo fora bem-sucedido em seu desejo de repelir os troianos e aliviar seus patrícios, mas ocorreu, depois, uma mudança da fortuna. Heitor, em seu carro, enfrentou-o. A luta estava acirrada, quando um troiano atingiu Pátroclo nas costas, e Heitor, avançando, trespassou-o com a lança. Ele caiu mortalmente ferido. Travou-se, então, uma luta feroz para disputa do corpo de Pátroclo e a armadura de Aquiles que estava com Pátroclo, caiu nas mãos de Heitor. Ajax e Menelau defenderam o corpo de Heitor e com seus mais valentes guerreiros lutaram para capturá-lo. A batalha prosseguia indecisa, quando Zeus nvolveu em escura nuvem toda a face do céu. Relâmpagos cortaram o espaço, o trovão reboou, e Ajax, olhando em torno, à procura de alguém que pudesse enviar a Aquiles para contar-lhe a morte do amigo e o iminente perigo que corriam seus restos de cair em poder dos troianos, não pôde ver um mensageiro à altura. Foi então que exclamou, conforme os versos tantas vezes citados: 


“Pai da terra e do céu!
Livrai, imploro,
O céu e a terra desta treva espêssa!
Se quereis nos punir, nós nos curvamos
Mas dexai-nos morrer à luz do dia.”   
          
   Zeus ouviu as preces e dispersou as nuvens. Os gregos conseguiram, afinal, levar o corpo para o navio, perseguido de perto por Heitor, Enéias e os demais troianos. Aquiles ficou sabendo e ficou desolado. Encontrou-o tomado de remorsos por haver levado tão longe seu ressentimento e permitido que o amigo caísse como vítima. Queria correr imediatamente até Heitor para matá-lo mas lembrou que estava sem armadura e esperou sua mãe Tétis enviar-lhe outra bem melhor, forjada por Hefesto, deus do fogo.
Vestido nela, correu até os companheiros. Pondo de lado o seu ressentimento contra Agamênon e lamentando amargamente os males que dele havia resultado, apelou para os chefes no sentido de que se dirigissem imediatamente ao campo de batalha. Agamênon respondeu sem demora, lançando toda a culpa do ocorrido a Éris, a deusa da discórdia, e os dois heróis reconciliaram-se plenamente. Aquiles, então, lançou-se à batalha excitada pela ira e pela sede de vingança. Os mais bravos guerreiros fugiam dele ou caíam sob sua lança. Apolo, resolvendo ajudar os Troianos, lançou uma nuvem e ajudou-os a fugir. As muralhas de Tróia foram abertas para receber os fugitivos. Heitor ficou do lado de fora, porque assim quis, por desespero dos pais. Em batalha, Aquiles matou Heitor e este pediu:
“Poupa meu corpo! Permite que meus pais o resgatem e que eu receba os ritos fúnebres por parte dos filhos e filhas de Tróia.”
Ao que Aquiles respondeu:
“Cão! Não fales em resgate nem peças piedade a mim, a quem tanto fizeste sofrer. Não! Podes estar certo de que coisa alguma livrará dos cães tua carcaça. Eu recusaria entregá-la, ainda que fossem oferecidos vinte resgates e teu peso em ouro.”
Príamo aos pés de Aquiles -
Joseph Wencker, 1876.





Assim dizendo, retirou a armadura do cadáver e, amarrando-o pelos pés, com cordas, ao seu carro, arrastou-o, para cá e para lá, diante da cidade.
O velho rei Príamo e a rainha Hécuba, ficaram desolados. Os cidadãos rodearam os dois, chorando. As lamentações chegaram aos ouvidos de Andrômaca, esposa de Heitor. Ao ver o espetáculo, quis atirar-se do alto das muralhas, mas desmaiou e caiu nos braços de suas servas.
Depois de se terem vingado do matador de Pátroclo, Aquiles e os outros gregos trataram de prestar as devidas honras fúnebres a seu amigo. Foi erguida uma fogueira e o corpo queimado com toda a solenidade. Aquiles continuou arrastando o corpo de Heitor pelo chão, mas este não se desfigurara, por ajuda de Apolo. Zeus, pediu a Métis que convencesse o seu filho a entregar o corpo de Heitor a seus amigos. O rei Príamo foi pedi-lhe, levando uma soma de valor inestimável em joias. Aquiles entregou o corpo. Em Tróia, o povo correu para contemplar o rosto do seu herói. 

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