sexta-feira, 27 de julho de 2012

A festa de Olímpia e as olimpíadas 2012

Vaso grego, retratando uma corrida estilo "stádion".
A cerâmica grega em suas diversas variedades são objetos
repletos de informações para a história, não só pela forma
destas cerâmicas, como para analise
do que nela vem retratado.

Festa em Olímpia!
A cada quatro anos eram organizados jogos para homenagear nosso grande pai Zeus, o deus de todos os gregos. O lugar onde estas competições aconteciam, era a cidade Olímpia (Ará!). Esta cidade era a referência à morada dos deuses na altíssima montanha sagrada.

O mais interessante é que, a semana de jogos era o período de trégua na Grécia Antiga. Pena que, os jogos olímpicos modernos não é motivo para trégua ou até resolução pacífica das guerras que acontecem atualmente no mundo. Enquanto a pouco em Londres ocorreu a festa de abertura dos jogos olímpicos de 2012, a guerra síria também fez hoje uma criança de três anos como vítima.Os atletas sírios, representam nas olimpíadas deste ano, um país em extrema crise político-social. "Queremos mostrar ao mundo uma imagem diferente do que a que tem sido dada pelas estações de televisão por satélite'', disse Ghofrane Mohammed, um velocista de 23 anos ao portal português Futebol365.
Atual cerimônia que acontece em Olímpia para a entrega da tocha
para os jogos e simula os antigos ritos.

Um tema abordado na abertura das Olimpíadas de Londres, foi a Revolução Industrial inglesa, trazendo operários que forjavam o aço para as famosas argolas olímpicas. Inclusive, o mascote desta olimpíada, ao invés de trazer um bichinho fofinho peludinho, é uma gota de aço andante! Foi uma idéia bizarra que ficou até simpática.

A maioria das modalidades da Grécia Antiga eram voltadas à corrida e você pode imaginar diversas variações disto: a corrida simples, de velocidade ou "stádion", a corrida dupla "díaulos", duas voltas ¬¬, a corrida de fundo ou "dólikhos" que somava até 4km de distância, a corrida armada ou "hoplitodromía", onde o cidadão se vestia com todas as suas armaduras (a hopla, o armamento dos hoplitas) e saia correndo atrás de inimigo nenhum! Para somar todo este cansaço, haviam também a corrida com tocha ou “lampadedromía", que é justamente a corrida de reversamento com tochas, tão famosa nas cerimônias das olimpíadas modernas.

Além das modalidades de corrida, ainda haviam lançamento de discos e de dardos. Na modalidade luta "pále", os participantes não podiam dar socos ou chutes. Eles deveriam lutar com as mãos abertas! Ao final, o oponente deveria cair com os dois ombros no solo. Bem, haviam também o salto, a corrida de carros, o hipismo...

Em um período mais moderno, as modalidades mais bizarras das olímpiadas iam desde tiro ao pombo (Paris, 1900) onde os participantes deveriam matar mais pombinhas em menos tempo (imagina se fosse na praça da Sé em São Paulo...), até levantamento de peso com uma mão (Atenas, 1896)!

Mas com certeza, se houverem Olimpíadas de Jokenpô, esse robozinho aí em baixo, será sempre campeão. Ahh pára! Sacanagem.



Astral de Clio

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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Prova de Trio

Não adianta o quanto você diga, pois para eles...
"Prova boa nunca é feita sozinha!"

Uma cabeça pensa mais que a outra. Justamente porque a outra não pensa! Isto é; quando as duas chegam a proeza de não pensarem juntas, o que é mais comum.
Claro, uma mão ajuda outra, uma mão lava a outra, uma mão faz as atividades enquanto a outra manda mensagem pelo celular. Ora bolas, assim é vida!

Se duas cabeçam não pensam juntas, o que fazem três? Jogo da velha é impossível!

Geralmente, quer por leis da natureza ou questões óbvias da vida, estando em três, dois sempre possuem mais afinidades: Seja por conta do time de futebol, do MC da vida, ou da opinião comum sobre a garota mais bonita da escola. O fato é que, enquanto a dupla se diverte, para o outro sobra a grande missão de responder as difíceis questões da folha do professor... 

Sendo extrema: O mundo é dual. Não há espaço para três!

E já dizia o velho ditado:
Um é pouco (mas é suficiente), dois é bom (para aquele que nada sabe, isso é bem aplicado...) e três é demais! (Com certeza!)





Astral de Clio


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Cartas de Guerra



Como mencionado no post anterior, foi só preciso um pouquinho de mágica para os alunos se tornarem  soldados valentes, frágeis, empolgados, melancólicos!

Seguem abaixo alguma delas:

Carta produzida por: Mylena Correia - 9º Ano (A) - E.E. Profº Antônio Firmino de Proença

Alemanha, 17 de Abril de 1914

Querido pai,

As cenas que relatarei a seguir são muito fortes! Então por favor não deixe a mamãe ler. Prometo que escrevo outra carta para tranquilizá-la.

Não começo muito bem a carta pois tenho que lhe informar que Vlademir morreu por causa de uma anemia. Não seria surpresa: a gente come um prato de comida por dia. 

O corpo deve chegar um dia depois da minha carta, então dará tempo de você avisar a tia Ketelyn. Ela com certeza entrará em choque! Logo ela, que não deixava ele sair da mesa sem comer o último grão de arroz. O que me deixa mais angustiado é não poder ver o meu primo ser enterrado.

O pior é ir dormir sabendo que não poderemos acordar. É preferível viver mais um dia nesse lugar horrível com o sonho de rever a família a ter que morrer sem seu abraço, o carinho da mamãe, os beijos da vovó e a voz calma e doce da minha irmã.

Infelizmente, nessa trincheira, a única coisa confiável é nossa arma. Mesmo assim, quando ouço um tiro sendo disparado em um homem, isso me atinge de alguma forma, pois imagino como a sua família irá reagir. Como será que eu ainda tenho força para segurar uma arma se a qualquer momento uma delas pode me matar...


Carta produzida por: Adjhonson - 9º Ano (C) - E.E. Profº Antônio Firmino de Proença

Querida Irmã,

Saiba que estou com muitas saudades, meu coração bate forte pensando em você e na mamãe, não vejo a hora desta guerra chegar ao fim para eu voltar ao encontro de toda a família, eu rezo todos os dias para me manter vivo e voltar para casa para poder ficar com vocês novamente.

Carta produzida por: Igor dos Santos - 9º Ano (A) - E.E. Profº Antônio Firmino de Proença

Alemanha, 14 de Abril de 1915
Querida Família,
Como estão? Aqui a guerra apenas começou. Ainda tem muito pela frente, mas acho que conseguiremos ganhar essa guerra. Por enquanto estou na retaguarda, mais tarde vou para a ofensiva. 
A vida aqui na trincheira é muito difícil. Já perdemos dois amigos. Enterramos mas os ratos se alimentam dos corpos. 
Muitos militares aqui não aguentam, então ficam loucos e se matam ou se machucam para voltar para casa.

Não vejo a hora de beber água da torneira e não de poças de água sujas.

Muitas saudades de vocês.

Igor. 
Carta produzida por: Felipe Santos - 9º Ano (C) - E.E. Profº Antônio Firmino de Proença

Querida família,

Já perdi as esperanças nesta guerra. Já estou aqui neste lugar imundo, com ratos comendo nossa comida, há quatro meses. Muitos amigos de guerra já morreram de forma cruel.
Estou ficando louco, vi amigos atirando em si para ir para casa. Muitos foram condenados a morte por causa disso. Matei diversos inimigos, fui punido diversas vezes, mas não me importo com isso mais. Só me importo em volta para casa e ficar com minha linda família.  

Carta produzida por: Bruna - 9º Ano (B) - E.E. Profº Antônio Firmino de Proença

Inglaterra, 26 de Janeiro de 1916

Querido pai,
Te escrevo esta carta para que saiba que estou bem, que ainda estou inteiro, e pode-se dizer que de alguma maneira "estou vivo". Estou vivo entre aspas já que a vida aqui é de um jeito que parece mais um inferno. Ver morrer meus colegas o tempo todo, ter que ficar nas trincheiras por dias... Comer ou não comer na verdade já nem sinto fome, assim como não sinto nada. Já derramei tantas lágrimas por tanto sofrimento que me sinto seco e vazio. Às vezes até penso que não tenho mais coração, nem alma. Peço a Deus todos os dias que me dê força para continuar lutando e conseguir um dia chegar até você.
Pai, não quero que se preocupe por mim porque você criou um filho forte que vai conseguir suportar tudo isso até o final. Eu não sei se meu final vai sair amanhã ou em cem anos e também não sei se vou conseguir sair daqui vivo, mas eu sei que aconteça o que acontecer eu vou te levar em meu coração e sempre vou fica aí do seu lado.
Pai, se você não me ver mais, tenha certeza que eu estou aí e se você quer chorar ou somente falar, eu vou te ouvir.
Não peço que você sinta saudade de mim, mas sim que não me esqueça.
Do teu filho que te ama,
Julian
COMUNICADO
Sr. Anderson, sinto-lhe informar que na noite que esta carta foi entregue,
o soldado Julian morreu com um tiro no coração.
Meus pêsames,
Tenente Jhon


Astral de Clio


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Seção cartas de guerra: "Eu também estive ali!"

"A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?"
(Carta a Stalingrado - Carlos Drummond de Andrade)


As duas guerras mundiais, deixaram registros  que estiveram esquecidos pelos historiadores durante muito tempo.
Cartas¹ foram descobertas e analisadas revelando o dia-a-dia dos soldados em campos de batalha, suas tristezas e ansiedades perante a guerra. 
É bom que seja dito que esta "guerra vista de baixo", nos trás informações e uma nova visão daquela já conhecida por nós.
Uma coisa é imaginarmos o sofrimento de uma guerra, a fome, a tristeza e a saudade. Bem diferente é ler os relatos que só um indivíduo inserido naquele instante, poderia especificar:

“Não sei se voltarei a te escrever mais uma vez, é preciso que esta carta chegue às suas mãos e que fique a saber desde já, para o caso de voltar alguma vez. Perdi as mãos no princípio do mês de dezembro. Na mão esquerda me falta o dedo mínimo, mas o pior é que na direita congelaram os três dedos do meio. Posso pegar um copo com o polegar e o mínimo. Me sinto um inútil. Só quando perdemos os dedos que percebemos para é que servem, mesmo nas coisas mais pequenas. Kurt Hahnke, acho que você conhece, porque iam juntos à escola em 1937, ele tocou a música Passionata num piano, há 8 dias, numa pequena rua paralela à praça vermelha. Não acontece todos os dias, o piano estava literalmente na rua. A casa tinha sido bombardeada, mas o instrumento, talvez por compaixão, tinha sido afastado e colocado no meio da rua. Cada vez que passava um soldado, tocava um pouco. Em que outro lugar do mundo é que se pode encontrar pianos no meio da rua?"
(Cartas de Stalingrado, Coleção Einaudi, 1958. In: A vida no Front)

Em meio a guerra, o amor serve como escudo protetor e chama viva de esperança, embalando o coração destes soldados. Não só de tristezas vive um combatente.
Antonio André e Odette do Valle namoravam há quase um ano quando ele foi mandado para a guerra, em 22 de setembro de 1944.


Itália, 20 de fevereiro de 1945
Querida Odette,

Muitas saudades.
Odette e Major Antonio André. Depois da guerra se casaram
e tiveram uma filha. Fonte: Andrew Carroll.
Odette, recebi hoje mais um telegrama,
que me alegrou muitíssimo, 
pois todas as notícias que eu tiver de ti
serão poucas para o meu pobre 
coração. 
Querida, tenho sonhado muito contigo,
em um dos sonhos o 
mais interessante foi que eu tinha voltado para o Brasil, que a guerra tinha 
acabado e que nós já tínhamos dois garotos,
a quem eu contava as histórias 
e aventuras que estou passando, ao que eles me olhavam orgulhosos de 
terem um pai que tinha sido expedicionário.
Querida, peço-te perdão por te descrever este sonho, 
mas não posso passar sem te contar 
o que eu queria que fosse realidade.
... Ao mais, aceita um apertado abraço e um afetuoso beijo deste que 
te ama do fundo do coração.
André
(Fonte: Cartas do Front Brasileiro. In: Cartas do Front. Zahar, RJ, 2007)



Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, encarnaram o espírito de um soldado, proclamando: "Eu estive  ali!"
Após muitos debates sobre o cotidiano da guerra, o dia-a-dia nas trincheiras, eles arriscaram-se a produzir cartas aos seus entes queridos, como se lá estivessem. 

Acompanhem em breve as mais destacadas cartas produzidas por eles.
Só foi preciso um pouco de interferência dos deuses!                                                                                                                                                                                           
                                                                                                                                                                                             
                                                                                                                                                          
                            
1 - Para aqueles que desejam acesso a outras cartas, deixo como dica o livro "Cartas do Front" de Andrew Carroll, pela editora Zahar. Mais informações, acesse o link: http://www.zahar.com.br/catalogo_detalhe.asp?id=1031
Astral de Clio


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quinta-feira, 5 de julho de 2012

A construção.

História, análise, pesquisa...

Escrevi tantas coisas, e já me rotularam de produzir uma história repleta de datas e séculos, com tantos nomes e tantos fatos... Me sentia uma verdadeira enciclopédia, com todo o conhecimento separado por caixinhas, de porte de suas etiquetas, prontos para consulta.

Eu estive entediada...

Exigiram tanto de mim e eu tive a possibilidade de produzir uma história diferente, sem todos aqueles rígidos dados sem qualquer análise. E vos digo: Eu bem gostei?!
 

Fui em busca de uma "Nova História", uma que falasse das catacumbas, dos exilados, dos esquecidos, dos enamorados... Todas aquelas coisas antes deixadas de lado.
Escrevi, escrevi e escrevi.
Mesmo assim, eu estive muito entediada... Muitas letras, algumas pesquisas e nenhum contato com aqueles que receberiam as palavras do meu pincel emplumado. Cansei de resumir-me a teoria e resolvi estar em contato com a parte mais prática da coisa, se é que você me entende! 
Mentira, eu respondi a eterna pergunta: "Com emoção, ou sem emoção?"
Sim, eu desci do Olimpo, entrei numa sala de aula e aqui estou para aplicar aquilo que sempre escrevi.
Nossa e eu não tinha exatamente calculado o quão difícil isso seria... No Olimpo era bem mais tranquilo! Apesar de termos nossas diferenças (Calíope com toda sua eloquência, por exemplo, já me deixara bem aborrecida) o clima naquele monte sagrado é bem mais ameno do que aqui com os humanos.
Em uma sala de aula, os humores mudam a cada dia e falar sobre o cotidiano da escola com quem lá não está; é deveras descabido! Meu pai Zeus tentou ouvir-me por diversas vezes, mas não sei se não entendeu por estar sempre tão ocupado ou por não saber bulufas do que eu dizia.
Agora eu sou a Profª Clio (yes!), e embora não seja mortal, aqui embaixo eu até sangro! e carrego um astral diferente a cada dia. Seja eles resultado do péssimo café da manhã, ou das produções diversas dos alunos (Algumas são dignas de aplausos não é mesmo?!). E por que não falar também das pausas para o cafezinho na sala dos professores?
Enfim, este é meu espaço para compartilhar com vocês, pois sou eu, a teoria, a prática e cada um dos professores, que dia a dia, compartilham tristezas e alegrias, dentro e fora da sala de aula.
Bem-vindos!


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